As doenças cardíacas congênitas são malformações estruturais do coração ou dos grandes vasos sanguíneos que ocorrem durante o desenvolvimento fetal. Essas condições podem variar em gravidade, desde alterações leves, que muitas vezes não apresentam sintomas, até problemas mais complexos que requerem intervenção precoce.
Entre as mais comuns estão as comunicações entre câmaras do coração, obstruções ao fluxo sanguíneo e alterações nas válvulas ou artérias. Os sintomas podem incluir cansaço excessivo, dificuldade para respirar, lábios azulados e ganho de peso insuficiente em bebês.
O diagnóstico é geralmente feito por meio de ecocardiogramas e outros exames de imagem, muitas vezes ainda na gestação ou logo após o nascimento. O tratamento varia de acordo com a complexidade da condição, podendo incluir medicamentos, procedimentos minimamente invasivos ou cirurgias corretivas.
Cardiopatias congênitas acianóticas
As cardiopatias congênitas acianóticas são malformações cardíacas presentes desde o nascimento que não causam cianose, ou seja, a coloração azulada da pele. Nessa categoria, o fluxo de sangue oxigenado para o corpo não é significativamente comprometido, mantendo uma circulação relativamente normal.
Essas condições incluem defeitos como comunicação interatrial, comunicação interventricular e persistência do canal arterial. Elas podem provocar sintomas variados, como cansaço durante atividades físicas, dificuldade para ganhar peso e infecções respiratórias frequentes em crianças.
O diagnóstico dessas cardiopatias é feito por exames como ecocardiograma e, em alguns casos, outros métodos de imagem. O tratamento depende da gravidade, podendo variar entre acompanhamento clínico, uso de medicamentos ou intervenções corretivas, como procedimentos minimamente invasivos ou cirurgias.
Algumas cardiopatias congênitas acianóticas são:
1-Comunicação interventricular (CIV)

A comunicação interventricular (CIV) é um defeito congênito caracterizado por uma abertura no septo que separa os dois ventrículos do coração. Essa falha permite que o sangue rico em oxigênio do ventrículo esquerdo se misture ao sangue pobre em oxigênio do ventrículo direito, causando aumento do fluxo sanguíneo nos pulmões e sobrecarga cardíaca.
Os sintomas podem variar conforme o tamanho do defeito, incluindo cansaço, dificuldade para ganhar peso, infecções respiratórias frequentes e, em casos graves, sinais de insuficiência cardíaca. O diagnóstico é feito por exames como ecocardiograma e, em algumas situações, cateterismo cardíaco.
O tratamento depende da gravidade do caso, podendo incluir acompanhamento clínico, uso de medicamentos para controlar os sintomas ou procedimentos corretivos. A correção pode ser feita por cirurgia aberta ou, em alguns casos, por técnicas minimamente invasivas. O acompanhamento contínuo é essencial para monitorar a evolução e prevenir complicações.
2-Comunicação interatrial (CIA)

A Comunicação Interatrial (CIA) é uma malformação congênita caracterizada por uma abertura no septo que separa os átrios do coração. Essa condição permite que o sangue oxigenado do átrio esquerdo se misture com o sangue do átrio direito, sobrecarregando o lado direito do coração e os pulmões.
Os sintomas podem variar dependendo do tamanho da abertura. Indivíduos com CIA pequena podem ser assintomáticos, enquanto os casos mais graves podem apresentar falta de ar, cansaço, palpitações e aumento do risco de infecções respiratórias. Em situações raras, coágulos podem atravessar a abertura, aumentando o risco de acidente vascular cerebral (AVC).
O diagnóstico é realizado por exames como ecocardiograma e raio-x de tórax. O tratamento depende da gravidade, incluindo acompanhamento médico, procedimentos minimamente invasivos, como fechamento por cateter, ou cirurgias corretivas. O acompanhamento regular com um cardiologista é essencial para garantir a saúde e prevenir complicações a longo prazo.
3-Defeito do septo atrioventricular (DSVA)

O defeito do septo atrioventricular (DSAV) é uma malformação congênita caracterizada por aberturas no septo que separa os átrios e ventrículos do coração. Essa condição permite a mistura de sangue entre as câmaras, sobrecarregando o coração e os pulmões, além de afetar a oxigenação do organismo.
Existem dois tipos principais de DSAV: o completo, que envolve um grande defeito entre as câmaras, e o parcial, que apresenta alterações mais localizadas. Os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo dificuldade para respirar, cianose e baixo ganho de peso.
O diagnóstico costuma ser feito com exames como ecocardiograma, muitas vezes já no período pré-natal. O tratamento depende da gravidade e pode incluir monitoramento clínico, cirurgia corretiva ou procedimentos minimamente invasivos, como o fechamento por cateter.
4-Persistência do canal arterial (PCA)

A persistência do canal arterial (PCA) é uma anomalia cardíaca congênita em que a conexão fetal entre a aorta e a artéria pulmonar permanece aberta após o nascimento. Esse canal, essencial durante a vida intrauterina, normalmente se fecha nas primeiras horas de vida. Quando isso não ocorre, o sangue oxigenado retorna aos pulmões, sobrecarregando o coração e os vasos pulmonares.
Os sintomas podem incluir dificuldade para ganhar peso, respiração acelerada e cansaço. Em casos mais graves, pode haver insuficiência cardíaca ou complicações pulmonares, especialmente em prematuros.
O diagnóstico é feito por exames como ecocardiograma e radiografia de tórax. O tratamento varia conforme a gravidade e a idade, podendo incluir medicamentos, como indometacina, para induzir o fechamento em prematuros, ou procedimentos como fechamento por cateter ou cirurgia.
Cardiopatias congênitas cianóticas
As cardiopatias congênitas cianóticas são um grupo de malformações cardíacas presentes ao nascimento, caracterizadas por níveis reduzidos de oxigênio no sangue, levando à cianose — uma coloração azulada na pele e mucosas. Essas condições resultam de defeitos que permitem a mistura de sangue venoso com arterial ou redirecionam o fluxo sanguíneo, impedindo a oxigenação adequada.
Entre os exemplos mais conhecidos estão a tetralogia de Fallot, a transposição das grandes artérias e a atresia tricúspide. Os sintomas variam de acordo com a gravidade, mas frequentemente incluem falta de ar, cansaço fácil e baixo ganho de peso. A cianose, muitas vezes, é percebida já nos primeiros dias de vida.
O diagnóstico é realizado com exames como ecocardiograma e oxímetro de pulso. O tratamento geralmente envolve procedimentos corretivos, como cirurgias, e acompanhamento médico contínuo. Intervenções precoces podem melhorar a qualidade de vida, permitindo um desenvolvimento mais saudável e pleno.
Algumas cardiopatias congênitas cianóticas são:
1-Atresia pulmonar

A atresia pulmonar é uma cardiopatia congênita grave que impede o fluxo de sangue do ventrículo direito para os pulmões, devido à obstrução total da válvula pulmonar. Essa condição pode ser classificada como com ou sem comunicação interventricular, sendo que a primeira permite alguma circulação alternativa.
Os sintomas geralmente incluem cianose, dificuldade respiratória e ganho de peso insuficiente, muitas vezes detectados logo após o nascimento. O diagnóstico é confirmado por exames como ecocardiograma e cateterismo cardíaco.
O tratamento depende da gravidade e da anatomia do defeito. Pode envolver medicamentos, procedimentos paliativos, como shunts para melhorar o fluxo sanguíneo, ou cirurgias complexas, como as operações de Glenn e Fontan, que redirecionam o fluxo sanguíneo para otimizar a oxigenação.
Apesar dos avanços no manejo, a atresia pulmonar exige acompanhamento rigoroso devido ao risco de complicações a longo prazo, reforçando a importância de intervenções precoces e monitoramento contínuo.
2-Transposição das grandes artérias

A transposição das grandes artérias (TGA) é uma cardiopatia congênita em que a aorta e a artéria pulmonar estão invertidas, causando uma circulação sanguínea paralela. O sangue pobre em oxigênio é bombeado de volta ao corpo sem passar pelos pulmões, enquanto o sangue oxigenado circula apenas entre os pulmões e o coração. Essa condição é incompatível com a vida sem intervenção imediata.
O diagnóstico é geralmente feito logo após o nascimento, com sinais como cianose intensa. O tratamento inicial inclui a administração de prostaglandinas para manter o canal arterial aberto e permitir alguma mistura de sangue. Em casos graves, pode ser necessário um cateterismo para aumentar a comunicação entre os átrios.
A correção definitiva envolve cirurgia, como o procedimento de Jatene, que reposiciona as artérias. Com a intervenção precoce e acompanhamento regular, a maioria das crianças pode levar uma vida saudável e ativa.
3-Tetralogia de Fallot

A tetralogia de Fallot é uma cardiopatia congênita complexa que combina quatro anomalias: obstrução da saída do ventrículo direito, defeito no septo ventricular, hipertrofia do ventrículo direito e dextroposição da aorta. Essas alterações comprometem o fluxo sanguíneo e a oxigenação, levando a sintomas como cianose, cansaço e dificuldades no ganho de peso.
O diagnóstico é geralmente feito logo após o nascimento ou nos primeiros meses de vida, por meio de exames como ecocardiograma. O tratamento é cirúrgico e envolve a correção das malformações para normalizar o fluxo sanguíneo e melhorar a oxigenação. A cirurgia costuma ser realizada precocemente, garantindo melhores resultados.
Com o avanço das técnicas médicas, a maioria dos pacientes tratados pode levar uma vida normal. O acompanhamento contínuo com especialistas é essencial para monitorar a saúde cardíaca ao longo da vida e prevenir possíveis complicações futuras.
ICCA – Instituto de Cirurgia Cardíaca de Goiânia
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